Moscou, Kremlin, uma madrugada de junho de 1941. Joseph Stálin está desde a manhã anterior reunido com o politburo e a cúpula das forças armadas numa sala esfumaçada e repleta de cigarros, cachimbos, copos e pratos com restos de comida. Estão todos esgotados. Sabem que em poucos dias, quatro milhões de soldados alemães fortemente equipados e dotados de milhares de blindados e aviões de combate entrarão no país, na maior operação militar da História.
Traçam um gigantesco e complexo plano de defesa, que inclui deslocar indústrias inteiras para lugares distantes dos pontos vulneráveis do território, preparar todo o efetivo disponível, checar planos de abastecimento, atendimento sanitário, convocar civis, treinar a população, conceber varios estudos logísticos, proteger os mais vulneráveis, estabelecer iniciativas de comunicação para manter alto o moral das pessoas, abrir estradas, trincheiras, pistas de pouso, expandir a fabricação de armas etc. etc.
Diante da magnitude das iniciativas em curso, alguém pede para ouvir um economista independente e saber sua opinião sobre a viabilidade da operação.
O sujeito de óculos e cabelo engomadinho, até então calado no canto da sala, cara cheia de certezas se levanta, retira da pasta uma papelada com uma.profusao de planilhas e tabelas, arruma a gravata, faz um breve pigarro e começa:
- Precisamos antes ver o impacto fiscal dessas medidas...
O momento seguinte desta tertúlia fica por sua conta e imaginação, caro leitor.