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15 filmes essenciais de Gene Hackman: O ator que foi mais vilão que Herói (e fez você amar os dois)

Hackman não era um ator: era uma enciclopédia de personagens mal-ajambrados.

Por: Carlos Leen
27/02/2025 às 15h14 Atualizada em 27/02/2025 às 15h54
15 filmes essenciais de Gene Hackman: O ator que foi mais vilão que Herói (e fez você amar os dois)
Gene Hackman em “Operação França” (1971): ator foi uma das estrelas da Nova Hollywood | Reprodução/20th Century Fox

A notícia da morte de Gene Hackman, 95, e da esposa, Betty Arawaka, 64 (e até do cachorro), chegou como um soco no estômago dos cinéfilos.

Tive que reescrever a coluna de sexta-feira. Afinal, como ignorar o fim de um cara que foi de policial linha-dura a xerife sádico, passando por produtor de filmes B e político homofóbico?

Hackman não era um ator: era uma enciclopédia de personagens mal-ajambrados.

Segue meu Top 15 Hackman — porque 10 é coisa de amador —, em ordem cronológica e sem concessões a "Super-Homem" e "Os Excêntricos Tenenbaums", dois de seus filmes mais famosos. 

1. Bonnie e Clyde (1967)

Hackman estreou como o irmão do bandido Warren Beatty e roubou a cena sem precisar apontar um revólver. Fez do desajuste uma arte.

2. Operação França (1971)

“Popeye” Doyle, o detetive mais raivoso de Nova York, perseguindo traficantes como se fossem baratas. Hackman aqui é um terremoto de testosterona e cigarro.

3. O Espantalho (1973)

Road movie com Al Pacino. E Hackman dirigindo o caos. Dois andarilhos sonhando com uma lavanderia na Pensilvânia. A loucura nunca foi tão poética.

4. A Conversação (1974)

Hackman como um stalker profissional que descobre que o maior inimigo é o próprio gravador. Coppola fez um filme sobre paranoia; Hackman fez um manual de como perder a sanidade com classe.

5. Operação França 2 (1975)

Sequência que quase supera o original. Popeye em Marselha, incendiando tudo — inclusive a lógica. Nota mental: nunca provoque Hackman perto de gasolina.

6. Night Moves (1975)

Detetive particular + filha desaparecida + Arthur Penn = neo noir que Hitchcock mataria para ter dirigido. Hackman prova que desespero é melhor sem trilha sonora.

7. Hoosiers (1986)

Treinador de basquete colegial que faz Rocky parecer um drama de colégio interno. Chorar é obrigatório, mesmo que você odeie esportes.

8. Sem Saída (1987)

Secretário de Defesa + amante (Sean Young) + Kevin Costner = triângulo amoroso que termina em tiros. Hackman ensina: política e cama são armas letais.

9. Mississippi em Chamas (1988)

Hackman e Willem Dafoe caçando a Klux Klux Klan no Sul dos EUA. Violento, ácido, necessário — uma carta de amor ao contraditório.

10. De Frente para o Perigo (1990)

Hackman e Anne Archer fugindo num trem. Tensão? Sim. Diálogos afiados? Mais que isso. Hollywood adulta? Em extinção.

11. Os Imperdoáveis (1992)

Xerife Little Bill, o homem que faz Clint Eastwood parecer um monge budista. Úm aroeste único, onde o vilão é mais memorável que o herói.

12. A Firma (1993)

Advogado da Máfia que descobre que helicóptero e tanque não combinam. Hackman rouba a cena de Tom Cruise só respirando.

13. Maré Vermelha (1995)

Capitão de submarino vs. Denzel Washington. Testosterona nuclear + Tony Scott = explosão garantida.

14. Get Shorty (1995)

Produtor de filmes B + John Travolta mafioso. Hackman ri da própria carreira enquanto Elmore Leonard aplaude do além.

15. A Gaiola das Loucas (1996)

Político careta + Robin Williams drag queen. Hackman fazendo comédia? Sim, e melhor que 90% dos comediantes profissionais.


Nota de Despedida:
Se Hackman fosse um gênero cinematográfico, seria “thriller existencial com pitadas de tragédia grega”. Morreu como viveu: sem discursos, e deixando a gente se perguntando: “Como alguém pode ser tão bom?”.

PS: O blog volta dia 5. Um Carnaval com pipoca, whisky e zero remakes para todos! 

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