O cinema comercial anda tão infantilizado que qualquer filme adulto, sem efeitos especiais ou capas esvoaçantes, já se torna um evento raro.
Conclave, que passou nos cinemas e já está no Prime Video, é um desses filmes que, há trinta anos, seria apenas um bom passatempo, mas hoje merece ser celebrado.
A história nos leva ao Vaticano, onde os cardeais se reúnem para escolher o novo Papa após a morte repentina do Sumo Pontífice. Ralph Fiennes interpreta Thomas Lawrence, responsável por conduzir essa eleição que logo se transforma num jogo de intrigas, alianças e traições.
Entre os candidatos, há um progressista norte-americano (Stanley Tucci), um conservador linha-dura italiano (Sergio Castellito), além de outros concorrentes como um nigeriano e um canadense.
Dirigido por Edward Berger, de Nada de Novo no Front, o filme mistura política e mistério dentro dos muros do Vaticano. Uma freira enigmática, interpretada por Isabella Rossellini, e a aparição inesperada de um cardeal misterioso adicionam camadas à trama.
O roteiro, baseado no livro de Robert Harris, é envolvente e traz boas reflexões.
No fim, este longa metragem não vai revolucionar o cinema, mas, num mundo dominado por heróis de capa e explosões (nada contra já que eu também curto um bom filme de super heróis, o problema é a banalização disso).
Conclave é um respiro de inteligência e sofisticação. Vale a pena ver.