Poucos atores conseguiram imprimir sua marca no cinema como Al Pacino. Em sua autobiografia, Sonny Boy, publicada no Brasil, ele compartilha memórias de uma infância difícil no sul do Bronx, entre ausências paternas e a luta de sua mãe contra a depressão. É um relato sincero, que revela não só o homem por trás das câmeras, mas também o artista que construiu uma carreira brilhante em meio a tantas adversidades.
Pacino dedica boa parte do livro a O Poderoso Chefão (1972), seu primeiro grande papel. Interpretar Michael Corleone não só projetou sua carreira, como também o colocou entre os gigantes de Hollywood. Mas, curiosamente, ele faz questão de destacar outros três filmes que, segundo ele, foram igualmente transformadores — não necessariamente os melhores, mas aqueles que marcaram sua trajetória de maneira definitiva.
Scarface (1983)
Pacino relembra a primeira vez que viu Scarface – A Vergonha de uma Nação (1932), dirigido por Howard Hawks, durante uma sessão com sua mãe. A história do imigrante italiano Tony Camonte, vivido por Paul Muni, ficou gravada em sua mente juvenil. Décadas depois, o destino o colocou frente a frente com o mesmo personagem, agora como Tony Montana, um imigrante cubano em Miami, sob a direção extravagante de Brian De Palma. Scarface se tornou um símbolo cultural, um clássico que ainda hoje ecoa, especialmente na cultura hip-hop.
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Vítimas de uma Paixão (1989)
Os anos 1980 não foram fáceis para Pacino. Após o fracasso de Revolução (1985), ele se distanciou das telas e enfrentou um período de depressão. O retorno veio com Vítimas de uma Paixão, um thriller policial dirigido por Harold Becker. Pacino, como um detetive investigando crimes relacionados a anúncios pessoais, trouxe intensidade ao papel e reencontrou o sucesso. Foi um renascimento pessoal e profissional, com um roteiro afiado de Richard Price e a presença magnética de Ellen Barkin.
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Fogo Contra Fogo (1995)
Finalmente, a tão aguardada reunião de Pacino e Robert De Niro nas telas aconteceu em Fogo Contra Fogo, dirigido por Michael Mann. Eles haviam compartilhado O Poderoso Chefão 2, mas nunca contracenaram. Aqui, o encontro foi explosivo: Pacino, como um detetive incansável, e De Niro, um ladrão meticuloso, protagonizaram uma das cenas mais memoráveis da história do cinema, improvisando diálogos em um restaurante de beira de estrada. A química entre os dois é pura magia cinematográfica.
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Al Pacino não é apenas um ator; é uma lenda viva do cinema. Cada papel que ele escolhe, cada personagem que encarna, traz consigo uma profundidade única. Esses três filmes mostram não só sua versatilidade, mas também sua coragem em momentos cruciais da carreira. E, para nós, amantes do cinema, fica o privilégio de acompanhar essa jornada.
Boa semana a todos!