"O Poço 2" chegou como uma continuação que ninguém pediu, mas que muitos de nós, por algum motivo quase masoquista, resolvemos assistir. Afinal, quem não gosta de uma boa dose de sangue e vísceras espalhadas pela tela, certo? Mas aqui está a questão: será que vale a pena?
Se o primeiro filme envolveu com sua crítica social e uma alegoria distópica, "O Poço 2" decide mergulhar fundo no lado mais visceral. Ele entrega entretenimento para os fãs de terror gore, os que se deliciam com cenas sanguinárias e brutalidade explícita. A câmera se detém em cada gota de sangue, em cada pedaço de carne rasgada, como se quisesse nos lembrar que, sim, estamos aqui pelo horror. Só que esse é o problema. Só isso?
A sensação de que o filme quer parecer mais inteligente do que é incomoda. O roteiro tenta nos fazer acreditar que há algo mais profundo por trás da carnificina, mas no final, não há. O desenrolar da trama se perde, e o que poderia ser uma boa crítica ou um suspense intrigante acaba virando um desfile de violência gratuita. O filme é um amontoado de mais do mesmo.
Essa ausência de respostas abre caminho para o que muitos temem: um "Poço 3". Sim, porque a fórmula de deixar pontas soltas é perfeita para garantir mais uma sequência, e lá estaremos nós, os trouxas, para assistir. Sabemos que o próximo filme será, provavelmente, tão fraco quanto este, mas a curiosidade mórbida e a expectativa de que algo se resolva vai nos levar de volta.
Por fim, "O Poço 2" é um filme que cumpre seu papel dentro do gênero gore, mas falha miseravelmente em qualquer outra tentativa de relevância. Para quem gosta de ver sangue, é um prato cheio. Para quem esperava algo mais... bem, é só isso mesmo. Um vazio disfarçado de profundidade.
E você? Vai cair no poço mais uma vez?
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