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3º Encontro Nacional das Lideranças Papeleiras em Brasília fortalece diálogo entre setor, governo e sociedade

Para Anthony Dantas, o legado do 3º Encontro vai além das pautas imediatas: “Estamos construindo uma identidade coletiva que transcende fronteiras regionais. O futuro do setor depende dessa união”.

Por: Carlos Leen
26/03/2025 às 09h57 Atualizada em 26/03/2025 às 10h50
3º Encontro Nacional das Lideranças Papeleiras em Brasília fortalece diálogo entre setor, governo e sociedade
Com a participação de cerca de 80 lideranças sindicais de todo o país, o evento reforçou a importância econômica da cadeia produtiva, responsável por milhares de empregos diretos e indiretos. Foto: Divulgação

O 3º Encontro Nacional das Lideranças Papeleiras, realizado entre os dias 24 e 27 de março, consolidou-se como um dos principais espaços de debate sobre os desafios e perspectivas do setor de papel e celulose no Brasil.

A indústria papeleira no Brasil é um setor essencial da economia, responsável pela produção de papel e celulose a partir do processamento de madeira, principalmente do eucalipto.

O país é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de celulose, sendo referência no cultivo de florestas plantadas para essa finalidade.

Com a participação de cerca de 80 lideranças sindicais de todo o país, o evento reforçou a importância econômica da cadeia produtiva, responsável por milhares de empregos diretos e indiretos, e destacou a necessidade de avanços nas relações trabalhistas e na sustentabilidade socioambiental.

A presença de autoridades do primeiro escalão do governo federal e de parlamentares de diferentes partidos evidenciou o peso político do encontro. 

Entre os participantes estiveram representantes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e da Secretaria-Geral da Presidência, além das deputadas federais Érika Kokay (PT-DF) e Juliana Cardoso (PT-SP), o deputado Dagoberto Nogueira (PSDB-MS), o ex-governador de Mato Grosso do Sul e atual deputado estadual Zeca do PT, e o deputado Márcio Nakashima (PDT-SP).

Diálogo social e sustentabilidade em pauta

O evento serviu como palco para discussões críticas sobre modernização das relações de trabalho, combate à precarização e mitigação dos impactos ambientais da produção de celulose.

A deputada Érika Kokay ressaltou a importância de “políticas públicas que equilibrem desenvolvimento econômico e justiça social”, enquanto o deputado Dagoberto Nogueira destacou a necessidade de “parcerias público-privadas para impulsionar a competitividade do setor”.

Um dos momentos mais simbólicos foi a posse da primeira diretoria do Instituto Mpapel, organização sem fins lucrativos fundada em outubro de 2023 com atuação nacional.

A entidade terá foco em questões trabalhistas, socioambientais, educacionais e de promoção da cidadania.

Anthony Dantas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Celulose, Papel e Papelão do Maranhão (SINDCELMA), assumiu a gestão financeira e administrativa do instituto.

Em declaração ao Jornal O Imparcial, Dantas afirmou: “Esta conexão entre trabalhadores e trabalhadoras nos fortalece. É uma honra representar não apenas o Maranhão, mas toda a luta sindical que agora ganha voz nacional”.

Imperatriz no cenário nacional

A escolha de Dantas para integrar a diretoria do Mpapel simboliza a ascensão das demandas de regiões historicamente periféricas no debate sobre o setor.

O sindicalista maranhense destacou a importância de incluir na agenda nacional questões como a regularização fundiária, o acesso a direitos básicos e a transição justa para modelos produtivos sustentáveis.

O evento também abordou críticas ao avanço de projetos de lei que flexibilizam a legislação ambiental e trabalhista, além de propostas para ampliar a formação técnica de trabalhadores e a valorização de cadeias produtivas locais.

Próximos passos

Com o encerramento do encontro nesta quinta-feira (27), as lideranças sindicais devem encaminhar um documento com reivindicações ao governo federal, incluindo a revisão de políticas de incentivo ao setor e a criação de um fórum permanente de diálogo tripartite (governo, empresários e trabalhadores).

Para Anthony Dantas, o legado do 3º Encontro vai além das pautas imediatas: “Estamos construindo uma identidade coletiva que transcende fronteiras regionais. O futuro do setor depende dessa união”.

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