Imperatriz, a cidade que carrega nas ruas esburacadas o retrato de uma gestão incompetente, testemunhou nesta segunda-feira (24) um diálogo que misturou cobranças e discursos de renovação.
Na sala da presidência da Câmara Municipal, vereadores e representantes da Secretaria de Infraestrutura (Sinfra) se reuniram para planos de reerguer a cidade.
A reunião, convocada para discutir o andamento das obras e o destino das indicações dos parlamentares, é feita sob a sombra de gestões anteriores, acusadas de transformar Imperatriz em uma "cidade destruida".
O secretário Marcelino Tavares, encarregado de liderar a reconstrução defendeu a estratégia da pasta. "Priorizamos o recapeamento, não o tapa-buraco. Queremos gastar recursos com solução, não com remendo.
A fala, embora técnica, carrega um subtexto político: um recado a velha prática de obras superficiais, que por anos maquiaram a degradação.
Os números apresentados: 30 km de vias recapeadas, incluindo artérias críticas como Floriano Peixoto e Aquiles Lisboa.
O adjunto Vilmar Dantas complementou: processos de contratação para infraestrutura pesada e drenagem estão em curso, com promessa de "avanços significativos em breve". Alguns Vereadores pressionaram: "E os buracos que seguem abertos? A população não vive só de planos futuros".
A resposta da Sinfra manteve o tom de pragmatismo: "Não adianta tapar um buraco hoje se ele voltará amanhã. Queremos resolver, não remediar", reiterou.
Uma fonte do Blog do Carlos Leen presente nos contou que uma dos Vereadoras cobrou em off critérios claros para a escolha das obras, exigindo que a Sinfra evite os favoritismos políticos do passado.
"A cidade não suporta mais prioridades invisíveis", resumiu a fonte parlamentar. Ao final, o que ficou foi um misto de esperança e ceticismo. Porém a reunião reforçou o canal de diálogo.
Enquanto a Sinfra aposta no recapeamento como metáfora de uma reconstrução lenta, porém sólida, a população aguarda — de olho nos buracos que insistem em sangrar e nas estradas que prometem renascer.