A tragédia que vitimou um pedestre no trecho recém-inaugurado da duplicação da BR-010, em Imperatriz, reacendeu a revolta dos moradores da Vila Vitória.
A comunidade já cobrava há tempos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) a construção de uma passarela para garantir a travessia segura dos pedestres.
Segundo Maria Lilia Silva, representante da Associação de Moradores do bairro, o próprio presidente do DNIT, João Marcelo Santos Silva, havia afirmado que as pistas centrais da rodovia só seriam liberadas após a construção da passarela.
No entanto, a via foi inaugurada sem a estrutura prometida e, menos de um mês depois, já registra uma morte.
"Não tiveram a dignidade de nos comunicar que a pista seria aberta. Todo dia tem um incidente. O progresso não pode ser alavancado às custas da morte dos trabalhadores, que precisam atravessar a BR todos os dias." – denuncia Maria Lilia.
A comunidade também recorda que durante as obras ocorreram acidentes fatais devido à falta de sinalização. Mesmo com pedidos formais para uma passagem provisória e maior segurança no trecho, as reivindicações foram ignoradas.
Um dos documentos enviados ao DNIT pela associação dos moradores deixa clara a indignação: "Nossas vidas importam, e o progresso não pode se sobrepor ao bem maior e ao direito básico do ir e vir em segurança."
Agora, com a liberação da BR-010 sem a passarela, os moradores temem que novas vidas sejam perdidas.
"Nos enganaram, e agora a BR vira mais um palco para nossa gente assistir à morte dos nossos... sendo apenas estatísticas para o DNIT."
Diante da repercussão do caso, a comunidade tem afirmado que não ficará de braços cruzados e planejam novas manifestações de repúdio, protestos e ação judicial.
As autoridades responsáveis precisam tomar medidas urgentes, evitando que mais famílias chorem por perdas irreparáveis.