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Governadores bolsonaristas boicotam medidas de redução de impostos sobre alimentos

Uma reação em cadeia de governadores alinhados à extrema direita tem dificultado desde sexta-feira (7) a efetividade das medidas anunciadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para reduzir o preço dos alimentos no Brasil.

Por: Carlos Leen
09/03/2025 às 21h52 Atualizada em 13/03/2025 às 15h28
Governadores bolsonaristas boicotam medidas de redução de impostos sobre alimentos
O governador Ronaldo Caiado (União) tem fazenda de grãos em Goiás; “alimento com preços baixos prejudica produtores”, diz ele. Foto: Ranier Bragon/Folhapress

Uma reação em cadeia de governadores alinhados à extrema direita tem dificultado desde sexta-feira (7) a efetividade das medidas anunciadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para reduzir o preço dos alimentos no Brasil.

O governo federal zerou os tributos sobre produtos da cesta básica e a tarifa de importação de itens como carne, café e leite.

No entanto, os governadores de Santa Catarina, Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais e do Distrito Federal se recusaram a reduzir o ICMS, como sugerido pelo governo federal.

O objetivo das medidas é garantir alimentos mais baratos à população, aliviando o impacto da inflação sobre a mesa dos brasileiros.

No entanto, setores do agronegócio, que já foram flagrados descartando alimentos para manipular os preços no mercado, pressionam governadores para não aderirem à iniciativa.

Um dos principais opositores das medidas, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), ligado ao agronegócio e a bancada ruralista, classificou as ações do governo federal como "desastrosas".

“O governo federal acaba de zerar a tarifa de importação para alguns alimentos, em mais uma ação desastrosa do governo Lula. Essa medida penaliza os produtores e a indústria brasileira. É um governo que gasta sem freio e sempre cobra a conta do contribuinte e do trabalhador”, criticou Caiado.

As seis medidas anunciadas pelo ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, têm como objetivo forçar a queda nos preços dos alimentos no mercado:

  1. Alíquota zero para importação de carne (antes em 10,8%);

  2. Alíquota zero para importação de café, açúcar e milho;

  3. Isenção de impostos sobre óleo de girassol e azeite de oliva;

  4. Alíquota zero para sardinha, biscoitos e massas alimentícias;

  5. Fim da incidência de impostos federais sobre a cesta básica;

  6. Reforço ao Plano Safra e aumento dos estoques reguladores.

Alckmin rebateu as críticas e defendeu a iniciativa.

“Nós entendemos que não vai prejudicar o produtor brasileiro. Você tem períodos de preços mais altos e mais baixos. Estamos em um período em que reduzir o imposto ajuda a reduzir os preços”, afirmou.

As medidas do governo federal já estão em vigor, e os primeiros impactos devem ser sentidos nos supermercados nos próximos dias.

Resta saber se a postura dos governadores oposicionistas terá efeito sobre o custo final dos alimentos para o consumidor.

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