Uma reação em cadeia de governadores alinhados à extrema direita tem dificultado desde sexta-feira (7) a efetividade das medidas anunciadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para reduzir o preço dos alimentos no Brasil.
O governo federal zerou os tributos sobre produtos da cesta básica e a tarifa de importação de itens como carne, café e leite.
No entanto, os governadores de Santa Catarina, Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais e do Distrito Federal se recusaram a reduzir o ICMS, como sugerido pelo governo federal.
O objetivo das medidas é garantir alimentos mais baratos à população, aliviando o impacto da inflação sobre a mesa dos brasileiros.
No entanto, setores do agronegócio, que já foram flagrados descartando alimentos para manipular os preços no mercado, pressionam governadores para não aderirem à iniciativa.
Um dos principais opositores das medidas, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), ligado ao agronegócio e a bancada ruralista, classificou as ações do governo federal como "desastrosas".
“O governo federal acaba de zerar a tarifa de importação para alguns alimentos, em mais uma ação desastrosa do governo Lula. Essa medida penaliza os produtores e a indústria brasileira. É um governo que gasta sem freio e sempre cobra a conta do contribuinte e do trabalhador”, criticou Caiado.
As seis medidas anunciadas pelo ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, têm como objetivo forçar a queda nos preços dos alimentos no mercado:
Alíquota zero para importação de carne (antes em 10,8%);
Alíquota zero para importação de café, açúcar e milho;
Isenção de impostos sobre óleo de girassol e azeite de oliva;
Alíquota zero para sardinha, biscoitos e massas alimentícias;
Fim da incidência de impostos federais sobre a cesta básica;
Reforço ao Plano Safra e aumento dos estoques reguladores.
Alckmin rebateu as críticas e defendeu a iniciativa.
“Nós entendemos que não vai prejudicar o produtor brasileiro. Você tem períodos de preços mais altos e mais baixos. Estamos em um período em que reduzir o imposto ajuda a reduzir os preços”, afirmou.
As medidas do governo federal já estão em vigor, e os primeiros impactos devem ser sentidos nos supermercados nos próximos dias.
Resta saber se a postura dos governadores oposicionistas terá efeito sobre o custo final dos alimentos para o consumidor.