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EmendaFest 2025: A Farra das Emendas e o dedo nervoso de Dino

Organizado pelo ministro Flávio Dino, o festival não tem praia, caipirinha ou DJ, mas oferece emoção garantida: 11 mandados de busca, R$ 350 mil e dois celulares escondidos em um forro.

Por: Carlos Leen
13/02/2025 às 16h46 Atualizada em 13/02/2025 às 17h14
EmendaFest 2025: A Farra das Emendas e o dedo nervoso de Dino
Dino manda recado de que não vai recuar sobre emendas, e intima Congresso e governo a prestar informações

Na terra onde crimes de corrupção viram verbete e onde os orçamentos são secretos, eis que surge o EmendaFest — nome dado a operação da Policia Federal deflagrada na manhã desta quinta feira (13).

Organizado pelo ministro Flávio Dino, o festival não tem praia, caipirinha ou DJ, mas oferece emoção garantida: 11 mandados de busca, R$ 350 mil apreendidos e dois celulares escondidos em um forro que, suspeita-se, contêm mais mensagens comprometedoras que WhatsApp de assessor de político em ano eleitoral.

O palco do evento foram as cidades gaúchas EstrelaRosário do Sul e Santa Cruz do Sul — lugares onde o chimarrão é forte, o inverno é rigoroso, e, aparentemente, a criatividade para desviar verbas é diversificada. Brasília, claro, não ficou de fora.

O crime em questão? Desvio de emendas parlamentares, corrupção ativa e passiva, e um contrato de propina que faria até o dono de restaurante de rodoviária corar: 6% para uns, 40% para outros.

Sim, deputados cobrando cover para liberar o caixa, como se o Brasil fosse um boteco e o Orçamento, uma balada clandestina.

Enquanto isso, no STF, Flávio Dino decidiu que o festival não terá encubação. Intimou Congresso e Advocacia-Geral da União a explicarem, até 27 de fevereiro, por que diabos as regras de transparência viraram letra morta.

O PSOL, entrou com a ação e denunciou a festa pro síndico — convenhamos, quando a piscina está cheia de lama, alguém tem que ligar para o saneamento básico.

Enquanto Dino prepara o after do EmendaFest (uma audiência no Supremo com direito a PGR, AGU e Câmara no mesmo recinto), algumas lideranças do Congresso tentam emplacar uma anistia às falcatruas — algo como pedir indulto e zerar tudo esquecendo o passado.

A estratégia tem simpatia em certas alas do STF. Será que alguém avisou que “anistia” não é sinônimo de “esquecimento”, mas de “repeteco garantido em 2025”?

Dino, porém, segue duro ao autorizar esta operação em desfavor de um chefe de gabinete de deputado federal — prova de que, se depender dele, o festival da propina não terá bis.

Se as emendas secretas são um revolver apontado para o crânio da democracia, alguém tem que puxar o gatilho… da investigação! 

E Dino, ao que tudo indica, está com o dedo nervoso.

O EmendaFest 2025 está só começando. E, como todo bom festival, promete muita lama no palco.

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