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PF conclui inquérito da Operação “18 Minutos” e pede indiciamento de desembargadora, ex-deputado e prefeito

Entre os investigados estão a desembargadora Nelma Sarney, o ex - deputado federal Edilázio Júnior (na época advogado) e o prefeito de Paço do Lumiar, Fred Campos, além de outros juízes, desembargadores e advogados.

Por: Carlos Leen
07/02/2025 às 15h12 Atualizada em 07/02/2025 às 15h50
PF conclui inquérito da Operação “18 Minutos” e pede indiciamento de desembargadora, ex-deputado e prefeito
PF indicia Nelma Sarney, Edilázio Júnior, Fred Campos e advogados por fraude milionária contra o BNB. Foto: Divulgação.

A Polícia Federal (PF) concluiu, nesta quinta-feira (06), o inquérito da Operação “18 Minutos” e pediu o indiciamento de vários envolvidos em um esquema de corrupção no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA).

Entre os investigados estão a desembargadora Nelma Sarney, o ex - deputado federal Edilázio Júnior (na época advogado) e o prefeito de Paço do Lumiar, Fred Campos, além de outros juízes, desembargadores e advogados.

O relatório da PF, encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), aponta crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Segundo as investigações, o grupo manipulava decisões judiciais para liberar mais de R$ 17 milhões em alvarás do Banco do Nordeste.

 

Esquema no TJMA

De acordo com a PF, Nelma Sarney era a principal articuladora do esquema, redistribuindo processos e assinando sentenças direcionadas para beneficiar advogados envolvidos.

Interceptações telefônicas revelaram que Edilázio Júnior influenciava decisões da desembargadora, chegando a orientá-la sobre como despachar em casos específicos, incluindo a suspensão de um pagamento milionário.

Já o prefeito Fred Campos mantinha vínculos formais com o escritório Maranhão Advogados. A PF identificou um contrato de cooperação jurídica entre Campos e o escritório, além de evidências de que ele redigia minutas de votos e despachos posteriormente assinados por desembargadores.

Pagamentos suspeitos

O relatório também detalha pagamentos suspeitos a assessores de magistrados. Um dos beneficiados foi Lúcio Ferreira, auxiliar do desembargador Guerreiro Júnior, que recebeu R$ 169,5 mil de advogados investigados. Outros servidores do TJMA também estão na mira da PF por receberem transferências mensais sem justificativa aparente.

A PF solicitou ao STJ a quebra de sigilos bancário e fiscal dos investigados, além de medidas cautelares contra os magistrados suspeitos. O caso está agora sob análise do Ministério Público Federal, que pode apresentar denúncia nos próximos dias.

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