O ato organizado pelo PCdoB para marcar os 10 anos da chegada de Flávio Dino ao governo do estado trouxe uma mensagem de serenidade.
Batizado de “10 anos da vitória do povo”, o evento poderia ter sido palco de inflamadas disputas retóricas, mas transformou-se em um manifesto de unidade e conciliação.
O vice-governador Felipe Camarão foi o grande orador do momento. Ao justificar a ausência do governador Carlos Brandão, em compromissos de trabalho na cidade de Imperatriz, Camarão deu o tom que caracterizou toda a solenidade:
“Muita gente achava que este fosse o ato de guerra. Não é. Este é o ato de amor, é o ato de lembrança, é o ato de união. É o ato que a gente celebra aquele homem que há 10 anos mudou a história desse estado," disse ele.
Nos bastidores, comentava-se momentos antes que o PCdoB divulgara uma carta cuja mensagem é clara: é preciso preservar a unidade do grupo que levou Brandão e Camarão ao comando do estado. No texto, o partido também ressalta que qualquer definição eleitoral para 2026, agora, é prematura.
Um manifesto de armistício cuidadosamente costurado.
No ato estavam os senadores Weverton Rocha, Eliziane Gama e Ana Paula. Cada um deles é um pedaço da trama política, ora tensionada, ora fortalecida. Contudo as divergências deram lugar a discursos convergentes.
O “ato de memória”, como bem definiu Camarão, revelou-se também um ato de amor. Em meio às lembranças dos avanços promovidos pela gestão de Dino, o clima de celebração não perdeu de vista a responsabilidade de continuar unindo as forças que conduziram o Maranhão por uma década de transformações.
Para muitos, o que poderia ter sido um marco de distância entre os “dinistas” e “brandonistas” terminou por abrir uma mesa de diálogo.
Em tempos em que a política frequentemente é movida por estridências, polarizações, o ato dos “10 anos da vitória do povo” foi um respiro de conciliação.
Para lembrar que, antes de qualquer disputa, há um Maranhão que merece seguir em frente, com as mãos unidas e o olhar voltado para o futuro.