A seguir cenas de mais um capítulo de uma conturbada gestão municipal.
Em um vídeo gravado espontaneamente na rua, o prefeito deixou de lado a diplomacia e entregou-se ao contumaz “sincericídio” que ecoou por toda a cidade e além.
De testa oleosa, Assis Ramos não poupou críticas aos recentes governadores do Maranhão, Flavio Dino e Carlos Brandão, tornando público o que já murmurava em privado.
"Até agora, nunca fizeram nada por Imperatriz", declarou, com um tom que mistura frustração e desafio.
Ao culpar o suposto descaso do governo estadual, Assis joga luz sobre um cenário de ruas esburacadas, serviços básicos ineficientes e uma população cada vez mais descrente.
Contudo, não é de hoje que a relação entre o prefeito de Imperatriz e o governo estadual está longe de ser harmoniosa.
O prefeito é conhecido por sua postura de não adular ninguém, não pensar na coletividade e não pedir favores. Por sempre parece elevar a temperatura dessa contenda.
E quem achar ruim "que morda as costas".
Essa frase, que soa como um slogan arrogante, encapsula bem o espírito de um tempo, de um líder político que entra para a história não por seus feitos diplomáticos, mas por sua intransigência cortante e pedantismo político.
Se Imperatriz nunca esteve tão destruída, como ele próprio admite, é também uma cidade que nunca viu alguém tão disposto ao enfrentamento público.
Um incendiário, que prefere a confrontação ao consenso. Para os apoiadores de contracheque, um bastião de autenticidade, que não se dobra às pressões, sem filtros.
E a cena do vídeo (e das ruas da cidade) é quase cinematográfica. Um filme de guerra.
É o retrato de uma administração marcada pela dureza, que faz de Assis Ramos um personagem singular na política maranhense.
Sob seu comando, uma cidade em luta – não só contra os desafios urbanos, mas também contra si mesma, contra tudo e todos.
Aguardemos ansiosos a virada desta “página infeliz da nossa história.” Como diria a letra de Chico Buarque.
Imperatriz é muito maior que tudo isso.
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